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10 ago 2007 - 13h54

Clássico dos sonhos

Assistindo ao jogo ao lado de um amigo, logo ele foi me dizendo: “Se ganharmos de 1/2 a zero já tá bom… O negócio é ganhar”. Célebre observação, sem dúvida. O importante era ganhar o jogo de ontem, pois qualquer tropeço nos colocaria na zona de rebaixamento, na qual já estávamos quando começou a partida.

Evidentemente, de nada mais vale falarmos da qualidade técnica de nosso time, porque ela simplesmente inexiste. O baixo nível técnico, contudo foi deixado de lado pela superação que se viu por parte dos jogadores, superação esta, sem dúvida, motivada pela força e espírito vindo das arquibancadas, que aliás, em momento conta com a vontade da diretoria.

Existiu de certa forma uma união entre os jogadores no auge de suas capacidades e da torcida, em número bem aquém de suas possibilidades. Não existiu, contudo, a integração da prepotente direção, que se recusa a participar deste processo de apoio ao time frágil que ela mantém. A participação da direção deveria cingir-se em “calar a boca” e tomar atitudes necessárias, baixando imediatamente o preço dos ingressos e liberando as ridículas proibições impostas aos torcedores, as quais por economia não vamos repetir.

A vitória foi boa, os jogadores se esforçaram, erraram muitos passes, tropeçaram nos seus próprios calcanhares, mas entenderam o recado vindo do diminuto mas vibrante público presente; ou seja, que terão o apoio, o grito da galera e de mais ninguém.

Infelizmente ainda estamos respirando por aparelhos. A situação ainda se afigura como dramática, notadamente porque teremos já no próximo sábado como adversário os “bambis” paulistas, que têm o melhor time do Brasil, contra os quais sonhávamos em realizar um clássico.

Ah! como eu gostaria que isso não fosse verdade, que eles não tivessem o melhor time, mas eles têm. Eu gostaria, porém, de estar rivalizando com eles… de estar fazendo sábado um clássico nacional, que deveria ter ganhado força após a primeira final de Libertadores entre clubes brasileiros. Não soubemos contabilizar isto. Rivalizar com Santos, São Paulo, etc… parecia uma realidade em 2004/2005, mas hoje é apenas um sonho que passa bem longe de nós, pois enquanto eles passaram a ganhar títulos brasileiros, Libertadores, Mundial, depois de 2005, nós caímos no esquecimento e, com pífias campanhas, passamos a flertar apenas com a zona do rebaixamento e, quem sabe, sonhando com uma mísera última vaguinha de Sul-Americana.

Por que isto aconteceu? Por que não decolamos? Por que não nos tornamos de vez um grande clube? Simplesmente porque a nossa diretoria deixou de fazer futebol sério, passou a contratar e apostar em jogadores completamente desconhecidos, treinadores aprendizes ou superados e alcançou o grau máximo de sua prepotência e arrogância, minando todas as ações que pudessem aproximar não só a mídia como a própria massa torcedora.

Os sete mil torcedores (ou seriam consumidores?) de ontem [quarta-feira] na Arena, mostraram que toda as ações da diretoria estão incorretas e deveriam ser revistas. Não é justo que tenhamos o ingresso mais caro do Brasil e não nos seja nem permitido sonhar.

Nosso time não nos permite sonhar. Sábado estaremos torcendo ferozmente pelo rubro-negro, contra aquele, que em tese, seria o nosso grande rival no Brasil. Que bom seria se eles nos temessem, não é? Infelizmente isto não acontece e embora torçamos, sabemos que apenas o imponderável ou o sobrenatural de Almeida poderão nos dar vitória no sábado. Mas pode acontecer, é claro.



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